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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

CUBANIZAÇÃO DO BRASIL

Sinal dos tempos: dois fatos se conectam no tempo e no espaço denominado Brasil Cubanizando.

O primeiro refere-se ao tratamento dispensado à jornalista e blogueira cubana Yoani Sánchez, que se notabilizou por expor a crueza do totalitarismo castristas em seu blog. Foi recebida e tratada asseclas brasileiros conforme diretrizes pronunciadas pelos liberticidas mandam em Cuba. Aqui, até agora, o ponto culminante do cumprimento daquelas ordens foram as ameaças e agressões que impediram a exibição do documentário que tem a blogueira como personagem, "Conexão Cuba Honduras", do cineasta Dado Galvão, em Feira de Santana, BA. 

Paralelamente, noticia-se que uma adolescente brasileira, a estudante Isadora Faber, 13 anos, que ficou famosa por denunciar, na página "Diário de Classe" do Facebook, mazelas na escola pública em que estuda na capital catarinense, está sendo ameaçada, em função das denúncias que fizera, malgrado, paradoxalmente, tenham sido determinantes para que as autoridades responsáveis, finalmente, tomassem as providências que a escola necessitava havia tempo.  

Os fatos acima se relacionam, evidenciando que o Brasil passa por um insidioso, contínuo e avançado processo de cubanização da sociedade e do Estado, numa espécie de emulação do regime totalitário cubano, mediante ataques, ora dissimulados, ora explícitos, às liberdades individuais e coletivas, isto é, às liberdades de pensamento, expressão, religião, informação, comunicação etc. Indissociáveis dos valores da República, da Democracia, do Estado de Direito, ainda albergados pela Constituição Cidadã... por enquanto.

Esses fatos, vivenciados por Yoani Sánchez e Isadora Faber, mostram-nos o grau de deterioração institucional do Brasil, pelo que, talvez, a nossa tenra Democracia aproxime-se do ponto sem retorno, à beira do precipício.


terça-feira, 23 de outubro de 2012

CENSURA NO FUTEBOL

O futebol, especialmente no Brasil, poder-se-ia contar, antropologicamente, a partir das figuras de linguagem expressas por jogadores, torcedores, técnicos, nas várzeas, nas quadras, nos grandes estádios. Nesse sentido, nada mais expressivo do que o uso sistemático de palavrões, xingamentos, impropérios,  conotativos de obscenidade, grosseria, insulto, porcaria, por exemplo: "ladrão", "viado", "bicha", "safado", "comprado", "gambá", "urubu", "porco", "frutinha", "mulherzinha", "perna-de-pau" etc., referidos a qualquer um que se possa culpar por "nosso time não ser campeão".

Os que acompanhamos futebol e torcemos pelos nossos times quantas vezes não presenciamos essas manifestações, ora contra nós, nosso time, "nosso juiz"; ora contra os outros, seu time, "seu juiz"?! Tudo na mais perfeita civilidade futebolística, sem violência física, perdurável pela eternidade de um momento etílico ao lado dos amigos, parceiros de sofrimentos e de títulos.

Pois a perfeita civilidade futebolística, com suas legítimas expressões, com sua intensidade de vida plebeia, neste Brasil dominado pela nobiliarquia patrimonialista, é acometido hoje de umas das mais perversas pragas contemporâneas. Sob o pretexto de civilizar as "hordas de bárbaros" que são razão da vida do futebol,   a ideologia politicamente correta vai-se impondo paulatinamente. Não se vislumbra longe o tempo em que técnicos, jogadores e, sobretudo, torcedores serão obrigados a se dirigirem uns aos outros mediantes os mais denotativos termos:  Vossa Excelência, ínclito jogador, respeitável torcedor, egrégia equipe, nobre técnico, insuspeito árbitro etc. Livres dribles linguísticos?! Nem pensar! Serão punidos exemplarmente.

No entanto, sob essa camada superficial de insana busca pela linguagem politicamente correta no mundo do futebol escamoteia-se interesses dos mais variados, sempre escusos, entre os quais a manutenção do patrimonialismo nos clubes, federações e Confederação. Uma hipótese característica: a punição de clubes por causa de protestos das suas torcidas contra dirigentes e entidades responsável pelo esporte e supostos "esquemas" montados para favorecer qualquer equipe em detrimento de outras.

Eis o que se tem apresentado na imprensa esportiva nacional, relativamente ao protesto que parte da torcida do Clube Atlético Mineiro, Galo, realizou na Arena Independência durante o último jogo contra o Fluminense Futebol Clube, no dia 22 de outubro de 2012:


Trata-se, aí, de uma legítima manifestação da torcida do Atlético, utilizada para protestar contra a Confederação Brasileira de Futebol, CBF, e as arbitragens, por causa de um suposto favorecimento do Fluminense no atual Campeonato Brasileiro de Futebol, expresso num mosaico de cores-símbolo desse último clube e conjunção de letras das sigas CBF e FLU, resultando CBFLU. Sem nenhum tipo de violência contra jogadores, técnicos, autoridades e dirigentes envolvidos na excelente partida em questão.

No entanto, "autoridades do futebol" entronizadas no "Superior Tribunal de Justiça Esportiva", conhecido com o STJD,  aludem à possibilidade de se punir o Atlético, em função do mencionado protesto dos seus torcedores. Contudo, eventual punição consubstanciaria instalação de absurda, inconstitucional censura contra liberdade de expressão nos campos de futebol.

Parece, entretanto, que tais "autoridades" esqueceram ou, simplesmente, não consideram que a liberdade expressão, assegurada pela Constituição da República, mereça ter lugar nos campos de futebol, em benefício da civilização politicamente correta das "hordas de bárbaros", que já não podendo mais lançar palavrões, xingamentos, impropérios... contra tudo e todos, igualmente não podem protestar contra os que se querem  incriticáveis dirigentes do futebol brasileiro.