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quinta-feira, 31 de julho de 2014

SER POLÍTICO

Política, na lição clássica de Norberto Bobbio (in Dicionário de Política): “Derivado do adjetivo originado de polis (politikós), que significa tudo o que se refere à cidade e, consequentemente, o que é urbano, civil, público, e até mesmo sociável e social”. 

Com efeito, atualizadamente, neste mundo total, nesta aldeia global, das comunicações instantâneas, sem barreiras de tempo e o espaço, a política e o ser político compreendem todas as inter-relações de indivíduos, famílias, sociedades, governos, enfim, ao mundo.

Portanto, todos nós, queiramos ou não, participamos ou omitamos, ajamos ou quedamos, ativos ou passivos, independentemente de nossos sonhos e pesadelos, virtudes e vícios, desejos e repulsas, crenças e incredulidades, saberes e ignorâncias, bravura e covardia, riquezas e misérias etc., somos seres políticos. E, como tais, responsáveis perante nós mesmos, as famílias, a sociedade, o mundo no qual vivemos.

Dito isso, neste momento político-eleitoral, cada um de nós, brasileiros, é responsável por suas próprias escolhas. Escolhas que, à luz do passado e do presente, definirão o ser e a vida dos indivíduos, famílias, sociedade, enfim, do país. Então, de nada servirá manter-se escondido no momento atual, imaginando que, assim, não sofrerá as consequências do que sucederá. Todos sofreremos!

Se eu fosse cruel, torceria pela vitória daqueles que almejam transformar a democracia do Brasil numa cópia dos regimes ditatoriais bolivarianos, para que eles fossem devorados pelo Saturno dos seus sonhos.   

É, pois, momento de cada um assumir as próprias responsabilidades, independentemente do lugar que ocupa. Depois, de nada servirão arrependimento e autocomiseração.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

EXÉRCITO CONTRA MANIFESTAÇÕES ANTI-COPA

Hoje, o Brasil se depara com a declaração da presidente da República Dilma Rousseff de que “o Exército pode agir contra manifestações anti-Copa”.

Trata-se de uma declaração surpreendente, vinda de um presidente de um governo que nunca poderia ser acusado de não ter investido diuturnamente na deslegitimação das Forças Armadas perante a sociedade brasileira, que, contrariamente, em todas as pesquisas de opinião pertinentes, sempre valorizam e aprovam as suas Forças. Não têm sido poucas as tentativas, patrocinadas pelos atuais donos do poder, de colocar as instituições Forças Armadas no “banco dos réus da história”, por supostos delitos perpetrados durante os governos militares.

Agora, depois de meses passados desde junho de 2013, período marcado por práticas cotidianas de incontáveis crimes, vandalismo, depredação de patrimônio público e privado, terrorismo, perpetrados contra as populações das maiores cidades brasileiros, especialmente Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, diante do risco de “manifestações violentas” contra a sua #CopaDasCopas, eis que a presidente da República declara que poderá convocar “o Exército pode agir contra manifestações anti-Copa”.

Não tenho absolutamente nada contra as Forças Armadas brasileiras, inclusive entendo que, há muito, elas poderiam cumprir um papel fundamental na defesa da sociedade, da democracia, do Estado de Direito do Brasil, sobretudo resgatando parcelas significativas do povo e da soberania nacional submetida ao poder absoluto de verdadeiros “Estados dentro do Estado”, organizações criminosas, cujas siglas são despiciendo enunciar, dado serem públicas e notórias.

Todavia, é pertinente indagar à presidente da República, que considera adequado convocar “o Exército para agir contra as manifestações anti-Copa”, por que não se utilizarem as Forças Armadas para lacrar as fronteiras do território nacional, escancaradas que estão ao tráfico criminoso de drogas e ao contrabando de armas, empregadas pelas organizações criminosas para dominar partes consideráveis do território nacional, flagelar, assassinar, aterrorizar as populações, constituir os mencionados “Estados dentro do Estado”?

Por que as Forças Armadas não são convocadas para recuperar esses territórios e resgatar essas populações abandonadas, restabelecendo neles a soberania nacional, a democracia, o Estado de Direito estabelecidos pela Constituição de 1988?

Por que as Forças Armadas não são convocadas para atuar diretamente e acabar com a guerra civil que assassina anualmente 50 mil brasileiros, a qual, se nada for feito, ceifará nos próximos 10 anos, pelo menos 500 mil vidas, ou meio milhão de pessoas, deixando famílias destroçadas, sem pais, mães, filhos etc.?

Por que, em lugar usar que “o Exército pode agir contra manifestações anti-Copa”, não se determinar aos órgãos competentes, responsáveis pela segurança pública, que façam uso da apropriado da Lei de Segurança Nacional para punir os que atentam contra a democracia, o Estado de Direito, os direitos fundamentais dos brasileiros, seja antes, durante ou depois da Copa?

Por que não são as milhares de vidas brasileiras, perdidas cotidianamente para as drogas, o crime, a miséria, mais importantes do que a #CopaDasCopas da presidente da República?


Pois que, sendo necessário, que se invoquem as Forças Armadas para defender a sociedade, a democracia, o Estado de Direito, não a #CopaDasCopas.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

CUBANIZAÇÃO DO BRASIL

Sinal dos tempos: dois fatos se conectam no tempo e no espaço denominado Brasil Cubanizando.

O primeiro refere-se ao tratamento dispensado à jornalista e blogueira cubana Yoani Sánchez, que se notabilizou por expor a crueza do totalitarismo castristas em seu blog. Foi recebida e tratada asseclas brasileiros conforme diretrizes pronunciadas pelos liberticidas mandam em Cuba. Aqui, até agora, o ponto culminante do cumprimento daquelas ordens foram as ameaças e agressões que impediram a exibição do documentário que tem a blogueira como personagem, "Conexão Cuba Honduras", do cineasta Dado Galvão, em Feira de Santana, BA. 

Paralelamente, noticia-se que uma adolescente brasileira, a estudante Isadora Faber, 13 anos, que ficou famosa por denunciar, na página "Diário de Classe" do Facebook, mazelas na escola pública em que estuda na capital catarinense, está sendo ameaçada, em função das denúncias que fizera, malgrado, paradoxalmente, tenham sido determinantes para que as autoridades responsáveis, finalmente, tomassem as providências que a escola necessitava havia tempo.  

Os fatos acima se relacionam, evidenciando que o Brasil passa por um insidioso, contínuo e avançado processo de cubanização da sociedade e do Estado, numa espécie de emulação do regime totalitário cubano, mediante ataques, ora dissimulados, ora explícitos, às liberdades individuais e coletivas, isto é, às liberdades de pensamento, expressão, religião, informação, comunicação etc. Indissociáveis dos valores da República, da Democracia, do Estado de Direito, ainda albergados pela Constituição Cidadã... por enquanto.

Esses fatos, vivenciados por Yoani Sánchez e Isadora Faber, mostram-nos o grau de deterioração institucional do Brasil, pelo que, talvez, a nossa tenra Democracia aproxime-se do ponto sem retorno, à beira do precipício.


domingo, 18 de novembro de 2012

"OUTROS EVENTOS... ALGUNS BIZARROS"

"...

Cabe-me registrar um fato extremamente pitoresco. Numa de minhas visitas ao Brasil, como embaixador em Washington, em meados de 1963, à procura de bons projetos para a retomada de financiamentos do Banco Mundial, procurei no Rio o então ministro de Viação e Obras Públicas do governo de Goulart, Expedito Machado. Quando comecei a lhe expor o problema, a sala foi literalmente invadida por líderes sindicais do Lloyd Brasileiro, que tinham um fato grave a denunciar ao ministro. Fiz menção de sair da sala, para não privar das confidências, quando Expedito me acenou para ficar. Com tonitruante vozeirão, o líder, com forte sotaque nordestino, começou a arenga: __ Ministro, quero denunciar ao senhor e à nação um crime da maior  gravidade. Querem impelir o Lloyd Brasileiro para o caminho infame do lucro!

Aparentemente, algumas reivindicações salariais não haviam sido atendidas, e isso denotava obscena preocupação capitalista do Lloyd com a lucratividade.

__ Como é que o ministro vai sair dessa? __ murmurei.

A resposta de Expedito foi pronta.

__ Não se preocupem, meus senhores. O déficit será logo restabelecido. O Lloyd não se afastará de sua tradição!...

__ Gene Black tinha razão __ murmurei. Este país não tem jeito...

..." 

Fonte:  Roberto Campos, in A Lanterna na Popa 
Pág. 521