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segunda-feira, 4 de junho de 2012

O 5º CHEFE DO IMPÉRIO DA ESPIONAGEM

"Desde os tempos de Lênin, o partido vinha fazendo pouca coisa além de aprovar resoluções e exigir sacrifícios cada vez mais penosos da sociedade soviética, fosse em termos de trabalho, de comportamento ou de lealdade. Nos dias de Stálin, pessoas eram presas por faltarem ao trabalho e proibidas de trocar de emprego. As horas de trabalho nas fazendas eram fixadas pelo estado, e o controle ideológico era incessante. Se bem que o regime policial tivesse afrouxado nos últimos anos, os órgãos do partido estavam sempre dispostos a 'apertar os parafusos', a intensificar a vigilância e a 'boa ordem' no trabalho ou na vida diária.

De modo a aferir a reação da gente comum aos éditos do Comitê Central, literalmente milhões de agentes secretos foram recrutados entre operários, agricultores, soldados, intelectuais, padres, figuras culturais, serventes. Por décadas, o país vinha emaranhado numa rede de informantes, 'observadores' e agentes secretos, coloquialmente conhecidos como stukachi e seksoty, 'dedos-duros' e ajudantes secretos. Em troca de pequenas somas de dinheiro regularmente pagas, essa gente, sempre temerosa da exposição, informava aos 'órgãos' quaisquer declarações ou atos 'suspeitos' que por ventura tivesse ouvido ou testemunhado."


Os Sete Chefes do Império Soviético
Dmitri Volkogonov

sábado, 2 de junho de 2012

O 4º CHEFE DO IMPÉRIO DA CORRUPÇÃO


"De há muito estava claro que a nave do estado comunista enfrentava calmaria, suas velas não se enfunavam. O comando do partido no centro e na periferia caracterizava-se pela aparência externa disfarçando a passividade interna. A apatia do povo crescia. A corrupção florescia em todos os níveis, mais séria nos elevados. Engodos, mentiras, informações falaciosas proliferavam. O entourage de Brejnev era uma corte infestada de numerosos favoritos, intrigas e maquinações, e ele, devido à boa índole, fingia não ver, mesmo quando os mais próximos se metiam em operações escusas. Seus amigos e conhecidos próximos  começaram a ter influência importante no aspecto organizacional da vida partidária. A propensão para eleger favoritos, observada no início da guerra por seu chefe na Diretoria Política, assumiu proporções grotescas.

Também ficou evidente para todos que Brejnev não possuía determinação política, horizontes econômicos amplos ou ideias claras das possibilidades reais. Como as estruturas centrais estavam em decadência, algo como um sistema feudal se instalou nos comitês regionais partidários das repúblicas e das províncias. Os primeiros-secretários e os secretários regionais adquiriram poder virtualmente ilimitado em suas searas e isso os corrompeu, exacerbando o pessimismo social, a hipocrisia e o dualismo mental. As pessoas diziam uma coisa, mas pensavam e faziam outra."

Os Sete Chefes do Império Soviético
Dmitri Volkogonov