Neste ano, completam-se 20 da deflagração da crise político-institucional-criminal que teve seu ápice no impeachment do, então, presidente da República, que havia desembarcado no Planalto Central a cavaleiro da estratégia monótona: "Caçador de Marajás". A entremostrar a irresignação da sociedade brasileira com o histórico de patrimonialismo, corrupção, imoralidade pública.
Passados 20 anos, o Brasil vive mais uma crise político-institucional-criminal que tem seu cume no julgamento do "Mensalão" pelo Supremo Tribunal Federal, envolvendo, nas palavras do Procurador-Geral da República, "sofisticada organização criminosa" que açambarcou poder central, ficando-se na estratégia gramsciana: "o partido estabelecido como imperativo categórico, a partir do qual se define o bem e o mal". A apontar uma forma de dominação da sociedade brasileira pelo patrimonialismo, a corrupção, imoralidade pública.
Após duas décadas, é de se perguntar: o Brasil mudou efetivamente? Percebe-se que o país encontra-se em momento decisivo da sua história, com duas visões de mundo se confrontando. Uma, totalitária, fortalece o Estado em detrimento da sociedade; transforma-o em instrumento para regular, controlar, a intervir, dirigir a vida do indivíduo, da família, da sociedade.
Outra, democrática, robustece a sociedade em face do Estado; convola-a em centro irradiador do poder, que controla, fiscaliza, intervém, dirige o Estado, fazendo-o meio de concretização dos mais elevados valores individuais, familiares e sociais.
Espero que, ao final do julgamento do "Mensalão", o Supremo Tribunal Federal escolha a democracia, a liberdade, o Estado de Direito, defendidos pelo Ministério Público Federal, na pessoa do Procurador-Geral da República.
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