Hoje, o Brasil se depara com a declaração da presidente da
República Dilma Rousseff de que “o
Exército pode agir contra manifestações anti-Copa”.
Trata-se de uma declaração
surpreendente, vinda de um presidente de um governo que nunca poderia ser
acusado de não ter investido diuturnamente na deslegitimação das Forças Armadas
perante a sociedade brasileira, que, contrariamente, em todas as pesquisas de
opinião pertinentes, sempre valorizam e aprovam as suas Forças. Não têm sido
poucas as tentativas, patrocinadas pelos atuais donos do poder, de colocar as
instituições Forças Armadas no “banco dos réus da história”, por supostos
delitos perpetrados durante os governos militares.
Agora, depois de meses passados
desde junho de 2013, período marcado por práticas cotidianas de incontáveis
crimes, vandalismo, depredação de patrimônio público e privado, terrorismo, perpetrados
contra as populações das maiores cidades brasileiros, especialmente Rio de
Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, diante do risco de “manifestações
violentas” contra a sua #CopaDasCopas, eis que a presidente da República
declara que poderá convocar “o
Exército pode agir contra manifestações anti-Copa”.
Não tenho absolutamente nada
contra as Forças Armadas brasileiras, inclusive entendo que, há muito, elas
poderiam cumprir um papel fundamental na defesa da sociedade, da democracia, do
Estado de Direito do Brasil, sobretudo resgatando parcelas significativas do
povo e da soberania nacional submetida ao poder absoluto de verdadeiros
“Estados dentro do Estado”, organizações criminosas, cujas siglas são
despiciendo enunciar, dado serem públicas e notórias.
Todavia, é pertinente indagar à
presidente da República, que considera adequado convocar “o Exército para agir
contra as manifestações anti-Copa”, por que não se utilizarem as Forças Armadas
para lacrar as fronteiras do território nacional, escancaradas que estão ao tráfico
criminoso de drogas e ao contrabando de armas, empregadas pelas organizações
criminosas para dominar partes consideráveis do território nacional, flagelar, assassinar,
aterrorizar as populações, constituir os mencionados “Estados dentro do Estado”?
Por que as Forças Armadas não são
convocadas para recuperar esses territórios e resgatar essas populações
abandonadas, restabelecendo neles a soberania nacional, a democracia, o Estado
de Direito estabelecidos pela Constituição de 1988?
Por que as Forças Armadas não são
convocadas para atuar diretamente e acabar com a guerra civil que assassina anualmente
50 mil brasileiros, a qual, se nada for feito, ceifará nos próximos 10 anos,
pelo menos 500 mil vidas, ou meio milhão de pessoas, deixando famílias destroçadas,
sem pais, mães, filhos etc.?
Por que, em lugar usar que “o
Exército pode agir contra manifestações anti-Copa”, não se determinar aos
órgãos competentes, responsáveis pela segurança pública, que façam uso da
apropriado da Lei
de Segurança Nacional para punir os que atentam contra a democracia, o
Estado de Direito, os direitos fundamentais dos brasileiros, seja antes,
durante ou depois da Copa?
Por que não são as milhares de
vidas brasileiras, perdidas cotidianamente para as drogas, o crime, a miséria,
mais importantes do que a #CopaDasCopas da presidente da República?
Pois que, sendo necessário, que
se invoquem as Forças Armadas para defender a sociedade, a democracia, o Estado
de Direito, não a #CopaDasCopas.
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